domingo, 24 de maio de 2009

Uma metade vive, a outra funde

Uma metade ri, a outra confunde

Uma metade corre, a outra tropeça

Uma metade flui, a outra atrapalha

Uma metade ouve, a outra nega

Uma metade canta, a outra cai.

Um ser cindido!

 

orion

quarta-feira, 22 de abril de 2009

E DESACORDOS......

"Tenho defendido junto dos poucos amigos que se interessam por este tema, que este acordo para mim faz o sentido duma revisão periódica. Quero dizer com isto que enquanto a língua fôr considerada a mesma, o português. parece-me evidente que devem haver caraterísticas comuns, pelas quais a língua deverá ser identificada e caraterizada!
Assim, ao invés de ser considerado um espartilho ao desenvolvimento das formas de expressão locais, estes acordos,( talvez não este específicamente, pois pode ter tido propósitos diferentes) enquanto a vontade política de utilização de língua comum se mantiver, devem expressar reciclagens e atualizações periódicas e refletir uma base mínima de caraterização própria!
E só...."

segunda-feira, 20 de abril de 2009

ACORDOS.......


João Soares Neto – Escsritor – Matéria publicada na seção OPINIÃO – IDÉIAS – DIARIO DO NORDESTE – 19.04.2009

 

Não sou dos que fazem muita fé no acordo ortográfico entre países de língua portuguesa. Não acredito que trema, hífen, acento etc. sejam a solução para as nossas diferenças no falar e no escrever. Somos 190 milhões de brasileiros. Os do Sul do país falam com sotaques e vocabulários diferentes dos do Nordeste e do Norte. Os do Centro-Oeste têm peculiaridades que os do leste não compreendem. Imaginem os outros países lusofônicos, com diferenças nítidas na comunicação. O Português em África é distinto do falado em Portugal. Essas regras são uma tentativa para dar identidade ortográfica ao Brasil, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Leste. Eles somam 30 milhões de pessoas. Fique claro que não sou lingüista (se escreve com trema ou sem trema?), mas leitor compulsivo. Agora mesmo, estive lendo o livro alemão ´Neblina sobre Mannheim´ traduzido, em Portugal, por Fátima Freire Andrade. Cito exemplos de textos e palavras com significados distintos para portugueses e brasileiros.

Vejam: sobre um percurso de carro que ´foi feito em pára-arranca, e eu teria gostado de ter três pés para embraiar, travar e acelerar´. O que foi dito? Que um carro aumentava e diminuía a velocidade (pára-arranca), usando-se a embreagem (embraiagem), travando (freando) e acelerando. ´Agarrei na mão do miúdo´, segurei a mão do menino. ´Berma´ expressa acostamento. ´Era patusco de se ver´ é engraçado de se ver. ´Empregados e empregadas de mesa´ são garçons. ´Uma balda às aulas´ é gazetear, faltar às aulas. Estudantes portam ´badamecos´, que são pastas ou bolsas. O ´urinol´ não é o de antigo uso, mas o mictório público. ´Descapotável´ é o carro conversível. ´Comboio´ é trem e ´autocarro´ é ônibus que tem bicha (fila). Maria ´está a me fazer olhinhos´, está a piscar os olhos para mim. ´Isco´ é isca de peixe. Português não usa paletó, usa ´fato´, que pode estar na ´montra´ (vitrina).

Enfim, ortografia não disciplina linguagem. Vou parar por aqui, certo de que vocês estão confusos, mas não estão sós.

Também estou. Pois, pois.
 

JOÃO SOARES NETO - Escritor


Por solicitação de vários leitores, reproduzimos esta " pérola", de reconhecido autor local!

Lembramos que esta posição é pessoal, parece se dirigir únicamente "aos países de língua portuguesa", que é evidentemente o que está em causa! A bem das sagradas autonomias, cada um que se governe...

Não guarde só para si a sua opinião!

Compartilhe-a, verá que se sentirá melhor!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dificuldade...

Em conversa com um mais ou menos amigo, sabetudo, velho galinha, empresário que sempre gostou de um certo risco nos seus investimentos, quando inquirido sobre o meu interesse num determinado negócio, senti necessidade, de em contra corrente com o geral otimismo sobre o brilhante futuro económico para o Brasil, explicar o meu ponto de vista!
Não foi fácil sintetizar o seguinte:

- Não acredito num projeto de crescimento sustentado para o Brasil, que não contemple de uma forma marcante, reformas estruturais muito profundas! De uma profundidade tão grande que dificilmente serão conseguidas no interior do atual regime político!

 Na minha perspetiva, as pinceladas sociais deste regime tropiconeoliberal, não são suficientes para assegurar a diminuição das assimetrias sociais a um ritmo, que não continue a constituir um sério risco de grave convulsão social! É a partir daqui, que eu questiono a eficácia de todos os índices de melhoria socioeconómica apresentados à sua conveniência, por governo e oposições!
E não adianta falar em potencial de crescimento de mercado interno, com os inerentes benefícios sociais, quando as desigualdades continuam mascaradas, quando a ética é desaprendida, a corrupção descaradamente tolerada e a miséria e a violência omnipresentes!
 Fica difícil acreditar que será através desta "democracia", que se consiga...
 

domingo, 1 de março de 2009

na sua sombra,
eu vejo,
as sombras do meu desejo!

nos limites
da conveniência
e do suportàvel,
me vejo
e revejo todos os que,    
no medo de amar
e da solidão,
por compulsão,
seguem o seu caminho
sem escolhas,
até ao fim!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"Reminiscências do carnaval

 

Ao toque da tua mão todo meu corpo responde. Maestralmente, sinto o arrepio na pele e quando essa sensação chega à nuca fecho os olhos e o calor do teu corpo junta-se ao meu, numa perfeita harmonia de movimento e energia que se espalha e invade o universo.

 

 

ORION".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Racionalizando a Paixão

É engraçado perceber a ação dos hormônios influenciando nas atitudes das pessoas seja no momento de uma explosão de raiva, alegria ou surpresa, mas principalmente as que estão vivenciando uma paixão.

A convivência com amigos íntimos nos possibilita esta observação. O comportamento da pessoa apaixonada muda de uma forma tão óbvia e clara, a atenção se centraliza num outro fixamente, acabando por embotar o bom senso, os valores, a noção de estética, o tempo, e até os conceitos e preconceitos  perdem sua força e coerência nos julgamentos.

Participar deste momento de outra pessoa é enriquecedor no sentido de crescimento e autoconhecimento, pois nos permite melhor entender as diferentes nuances do ser humano quando tomado por "elevadas doses hormonais". Não obstante devemos reconhecer o quanto é agradável estar próximo de tais pessoas aproveitando a leveza, distração, criatividade e a beleza que emana. Por isso a sensação agradável dos que estão à volta.

O afastamento do grupo de origem em decorrência da dedicação exclusiva ao outro é também notório. Resta-nos, então, torcer por uma feliz experiência.

Estar fora da situação permite racionalizar a questão.


Orion

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

loucura e insensatez

Podemos dizer que toda loucura trás em si uma profunda insensatez, mas  nem  toda atitude insensata é uma loucura.  Esta livra o indivíduo do seu próprio julgo, enquanto aquela leva à reflexão.

O insensato percebe sua incoerência, mas defende-se quando é confrontado com a realidade esquivando-se da tomada de consciência, buscando justificativas ou apenas não ouvindo os apelos do Outro.

O louco não se percebe insensato (exceto nos raros momentos de lucidez), não tem o incomodo desse comportamento, encontra-se numa posição aquém desta percepção. E o Outro compreende bem isso.

O difícil é compreender o insensato!


orion

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"pididus"!

Extraordinariamente publicamos carta de um leitor, abrindo assim mais um espaço de interatividade, dando ao mesmo tempo satisfação a uma solicitação práticamente irrecusável!

Bua tardi, a pidido di meu padinho, Coronéu Epitáfio, de Jacarecanga, qéru dizé a vósmicês o siginte;
O fiu da cumádi Jácinta, viu lá nu cômputdô, qui vòsmicês diserão qui a prupridádi, diviria têrminá!
pouis o COroné quandu hôviu ficô pasandu mau!
Ficõ brabo qui sóo! ( si essi fiu dá putá viér pur ca, vai pegá chumbu}?
(meú fiu, pédi prá essi cornu prá ti dá a mourádá e mamdó Zézé e u Záqeu, pruma visitá! Dis qui vái levá um qilo di cámárao? dis prá butá a cárta lá nu cômptadô, sinao!
e dis qui prá ficá cun mias térras vai tê qui sê cabra muto machô mermu.

Á rogu ia pididu du COrónéu, au seu servissu,  Zinfrónio,

NOTA DA REDAÇÃO!

DANDO SEQUÊNCIA À  NOSSA ASSUMIDA VOCAÇÃO DE DESCOBERTA E DIVULGAÇÃO DE NOVOS VALORES, ASSINALAMOS A PARTIR DE ONTEM, O ÍNICIO DE COLABORAÇÃO DE UM NOVO AUTOR!
AUGURAMOS UM BRILHANTE FUTURO LITERÁRIO, PARA ESTA JOVEM PROMESSA!

A REDAÇÃO 


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Observâncias....


Fecho os olhos e me transporto para aquele ambiente de encontro, onde os olhares são sempre as primeiras expressões das mais diversas formas de busca: de encontro, de desencontro, de aceitação, de desdém, enfim, de sinergia dirigida à busca incessante da alma humana de preencher o vazio.

Descrever este ambiente é falar de emoções e afetos leves e profundos, fortes e profanos que permeiam cada Ser ali circulante, entre as idas e vindas através dos diversos espaços delimitados pela ordem dos objetivos que de muitos (Seres) se tornam poucos em diversidade, facilitando a marcação das fronteiras. E nisso você percebe que até o banheiro se torna não somente depositário do alívio, mas o culpado pelo destino de muitos, ao ser usado como álibi para uma paquera "despretenciosa".

Movimento intenso, inquietação nítida, entre uma bebida e outra, uma conversa e outra, percebe-se ao final da noite o "bater em retirada", mas certamente retornando e aliviando parte dessa energia que impulsiona a busca.

E a noite passa a ser essa criança que não dorme nem acalma, mas contribui para momentos prazerosos de achados e perdidos.


Orion


domingo, 25 de janeiro de 2009

FILOSOFANDO..... (da propriedade)

A origem da riqueza está inquestionavelmente relacionada com a propriedade de terras!
Estou-me referindo sobretudo ao princípio, quando tudo começou....
No global e complexo mundo atual, o acumulo de riqueza, apesar de no inicio dos inicios ter tido a mesma origem, teve variações múltiplas, conforme o regime político, a engenhosidade e a "falta de vergonha"!
Éticamente, continua questionável a legitimação da apropriação indevida da propriedade! Se por um lado entendemos que essa legitimação é fundamental, em nome da "estabilidade e progresso sociais", ela desde sempre cristalisou um "status quo", digamos que perpetuou  um desiquilibrio de direitos, conquistados quase sempre pela força da força e esteve na base de toda a estratificação social!
Pois bem, o que se pretende questionar, é "o inalianável direito à propriedade física da terra"! 
Desde sempre, a grande maioria das sociedades sobreviventes, considerou esse direito como um dos alicerces civilizacionais, princípio inquestionável, que se não existisse, decerto conduziria à anarquia, ao apocalipse e ao "fim do mundo"!

Em tempos de dissolução das tradicionais doutrinas políticas, da séria confirmação dos incontroláveis riscos do especulativo neoliberalismo, da provavel incapacidade de reforma e regeneração do "establishment", no mínimo temos de nos questionar!!!
A história também nos mostrou os limites e a inviabilidade dos vários modelos totalitários baseados na socialização dos meios produtivos!
O caminho permanece, no reconhecimento das vantagens do "estado regulador", numa sociedade de "wellfare" modernisada, de padrões próximos aos dos suecos de há 40 anos atrás! Mais liberal na dinamica económica, mais socialmente responsavel, protegendo os direitos dos mais fracos e se protegendo dos excessos dos mais fortes!

Se assim é, de acordo com as exigencias de maior responsabilidade e mais ética, de virtuais líderes dos novos regimes decorrentes da atual crise, pois a meu ver é disso que se trata, de uma crise de regime, poderemos num exercício de ciência política e como contribuição para um debate cívico alargado, sobre o novo modelo civilizacional, que não existe nem por parte da sociedade civil em geral, nem pelos seus agentes, (quer os académicos, quer os políticos), propôr a seguinte reflexão:
Que tipo de sociedade resultaria na sequencia de tornar pública, a propriedade de todas as terras?
Os atuais proprietários ficariam com o direito de posse, por um período longo, mas limitado, de acordo com a utilização responsável desse bem, da terra!
O DIREITO À PROPRIEDADE, SERIA SUBSTITUÍDO PELO DE SUA UTILIZAÇÃO RESPONSÁVEL!
Sem demagogia, sem a esclerosada rigidez dos modelos socialistas, que Deus os tenha em Paz!
 
 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

o que fascina 
                         o peregrino
                                              é o destino
                                                                  ou será o caminho